quinta-feira, agosto 30, 2007

Verão de 2007 é "o pior de sempre" no número de animais abandonados em Portugal


Lisboa, 26 Ago (LusaTV) - Nunca os portugueses abandonaram tantos animais como este Verão, garantiu à Lusa a fundadora da associação de protecção de animais SOS-Animal, que hoje levou a cabo mais uma campanha de adopção de cães e gatos.

"Temos falado com outras associações, temos comparado estatisticamente com outros anos e todos nós dizemos que este verão tem sido o pior. Tem sido uma coisa horrível", disse Lígia Santos, adiantando como possível explicação a actual crise económica que pode estar a levar muitos portugueses a abandonarem os seus animais por entenderem que estes são demasiado dispendiosos.

"A vida está cada vez mais complicada monetariamente, mas as pessoas têm de entender que quando se adopta um animal é como se fosse um bébé que nós temos para o resto da vida, têm de pensar previamente nas férias, nas despesas de saúde que eles dão, nas despesas de alimentação", alertou.

Apesar de ser difícil saber quantos animais são abandonados anualmente, Lígia Santos estima que possam ser "milhões por todo o país e milhares só em Lisboa" tendo em conta que existem milhares de associações de protecção de animais por todo o país e canis e gatis em todos os municípios.

"As pessoas adoptam no Inverno e quando chega o Verão acabam por abandonar o seu fiel amigo", diz a fundadora da SOS-Animal para quem "o homem não é o melhor amigo do animal".

Contra o aumento de abandonos e na tentativa de arranjar um lar para cada um dos animais da associação e do canil de Lisboa, a SOS-Animal organizou durante o dia de hoje mais uma campanha de adopção de animais no Parque do Alvito.

Habitualmente, a associação tem campanhas de adopção no Parque do Alvito no terceiro domingo de cada mês e no primeiro sábado de cada mês na Casa da Guia, em Cascais.

"Vamos agora ter uma terceira data fixa mensal no Terreiro do Paço (todos os domingos, em parceria com a iniciativa "Aos Domingos Terreiro do Paço é das pessoas") para qualquer pessoa que queira adoptar. Temos sempre muitos animais que estão na rua e que nós tentamos trazer às campanhas", explicou Lígia Santos.

A campanha de hoje não foi o sucesso que a associação gostaria, com apenas dois gatos e um cachorro dados para adopção, todos bébés.

A passar por acaso pelo Parque do Alvito, onde habitualmente costuma ir passear com as filhas, Ana Santos parou para ver os animais para adopção e já decidiu que irá brevemente adoptar dois gatos.

"Não faz sentido gastar dinheiro a comprar um animal numa loja quando existem tantos para serem adoptados", justifica.

SV.

Lusa/Fim

4 comentários:

ladymary disse...

Que horror, Kelly.... E ainda falta Setembro...

rutinha disse...

fico enraivecida com estas noticias!!!nunca me passaria abandonar o Marley! como é q é possivel alguém ser tão desumano???

Marsuino disse...

O problema é que, hoje, em quase todo o lado, dominam valores absolutamente materialistas. Muitas vezes, quando uma pessoa se propõe a “adoptar” um animal tem em conta apenas a dimensão “lúdica” dessa adopção, ou seja, objectivando o animal como se fosse um brinquedo, sem consciência alguma dos seus sentimentos, sensibilidades e necessidades. Quando o animal se torna um incómodo, abandonam-no da mesma maneira que vão depositar o pai e a mãe a um lar quando se tornam um fardo para os seus propósitos individualistas e egoístas. Sem arrependimento nem remorso ou sequer reflexão. Os casos de abandono são, aliás, apenas uma parte do problema, já que, em muitos casos, os animais mesmo não sendo abandonados são tratados com espartana negligência que leva a que morram por mera falta de cuidados. Conheço muitas situações assim. No fundo, o animal só é importante quando é relevante nas relações de propriedade com as outras pessoas ou até como elemento de distinção em termos de “status”. Em certa ocasião, em que passei duas semanas na rua à procura do meu gato que estava foragido de casa (e que acabei por conseguir resgatar) perguntaram-me porque motivo andava à procura do gato uma vez que não era “de raça”. Tudo está organizado dentro de uma escala de cerne material que tem quase sempre a ver apenas com a própria pessoa e nunca com o animal, que devia ser o centro das nossas atenções. A sociedade está a regredir a todos os níveis, tanto em questões humanas, como sociais ou ambientais. A arrogância humana face ao lugar das outras espécies (das quais dependemos para sobreviver), que leva ao extermínio em massa (directo ou indirecto) dos animais por conveniência económica ou política, faz parte dessa regressão que tem como base o apelo à ignorância e o reforço de preconceitos ou estereótipos. As leis que deveriam garantir a protecção dos direitos dos animais são rigorosamente medievais e nunca são sequer postas em prática. Se eu entrar num supermercado e me apanharem a roubar um pacote de arroz, sou um ladrão, um relapso e um marginal, chamam a polícia e levam-me preso por essa violação capital. Se me virem abandonar um animal, ficam somente a pensar na minha falta de civismo em deixar o animal na rua, onde contaminará os passeios, quando poderia muito bem ter poupado as outras pessoas a esse inconveniente liquidando o animal e enterrando-o num baldio. Um animal só se torna importante se for roubado, já que há uma transgressão do supremo valor da propriedade privada. Nós, que gostamos de animais e nos dedicamos a eles, somos neuróticos que querem apenas ser diferentes das outras pessoas (já que o egoísmo é o caminho certo, pragmático, inevitável e adulto). Somos pessoas pueris que se dedicam a “gostar de baleias” apenas por falta de outras coisas para fazer em vez de pensar em trabalhar e ser produtivos.

E chamam-me a mim maluco. o_O

A Lojinha dos 4 patinhas abandonados disse...

fico mt contente por divulgarem animais para adopção.
Criei uma lojinha virtual para ajudar os animais abandonados que são recolhidos pela Associação Agir pelos Animais de Coimbra.
Preciso de divulgar o blog e gostaria de saber se me podem ajudar... todos agimos pelos animais... então devemos recorrer à entre-ajuda.

Obrigada,

joana

www.lojinhavirtualassociacaoagir.blogspot.com