A Bruna fugiu da jaula onde estava a fazer pós-operatório na segunda-feira de manhã. Ontem fez três dias que não comia ou bebia, refugiou-se no forro do telhado do sotão e não saía por nada.
Mas eu já tinha decidido que de ontem não passava, e era necessário apanhá-la, que eu já nem dormia com a ideia de ela me morrer lá para cima! A Alex e a Mia vieram em meu auxílio para capturar a "fera".
Após procurarmos em quase todo o lado, já pensávamos que o melhor era tirar parte do forro do telhado, para que ela pudesse sair para comer com mais facilidade... Mas as mulheres são persistentes, e na continuação da busca, a Alex grita "Aiiiii! Está aqui!" corremos na sua direcção e vemos os grandes olhos verdes da Bruna através das traves do telhado, exactamente entre as telhas e o forro! Fui buscar o peixe cozido e começo-lhe a dar bocadinhos, para a tentar manter ali (se ela voltasse a subir podiamos nunca mais a ver) enquanto as três pensavamos em formas de a tirar dali quando surge o Jorge ( o meu herói) e sugere cortarmos um quadrado no forro do telhado... Lembrou-se também de lhe vedar o acesso ao resto do sotão com uns cartões enfiados por entre as tábuas. Após feito o buraco no forro, começámos a empurrar a Bruna com canas e paus e tudo (sempre com medo de a magoarmos) para que ela saísse pelo dito buraco. Mas fêmea que se preze é teimosa, por isso ela teimava em não se mover, quando o Jorge se lembra de ligar o aspirador para a assustar e obrigar a descer. Nós estávamos na outra ponta com a transportadora com a "boca" virada para cima e para o buraco, e como ela não descia por si, eu e a Mia começámos a puxá-la. No meio de dentadas de defesa da nossa presa, lá a conseguimos enfiar na transportadora! Ufa!
Depois voltámos a colocá-la na jaula e verificámos que está ilesa e em boas condições.
Já comeu, já bebeu água e já voltou a bufar-me algumas vezes.
Na sexta-feira vamos soltá-la na sua colónia. Esterilizada, poderá voltar às suas rotinas em liberdade, sem perigo de gerar mais bebés para somar às centenas que nascem nas ruas de Portugal todos os anos.